Mundial de Clubes 'mirrado' se mantém para 2019 e Marrocos quer ser a sede
Enquanto ainda insiste no projeto de mudar o formato de disputa e a periodicidade do Mundial de Clubes a partir de 2021, a Fifa tem que resolver onde o torneio de 2019 será disputado. E, por enquanto, um único país se apresentou oficialmente como candidato, o Marrocos. A decisão será tomada sexta (15), em reunião do Conselho da entidade em Miami. A cúpula da Fifa espera um posicionamento da China, sua favorita para ter a competição em 2019 e 2020.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, ainda tenta aprovar uma mudança no Mundial de Clubes, aumentando o número de participantes de sete para até 24 e o tornando quadrienal nos anos ímpares anteriores às Copas do Mundo, ocupando no calendário posto hoje da Copa das Confederações. Uefa (União Europeia de Futebol) e Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) são contra a proposta, por motivos distintos. Os europeus acham que a competição no formato proposto rivalizaria diretamente com sua galinha de ovos de ouro, a Liga dos Campeões. Já os sul-americanos querem um torneio inchado, mas não quadrienal e sim anual.
Em meio à disputa, que passa por uma oferta de mais de R$ 80 bilhões de um fundo liderado pelo Softbank, do Japão, que bancaria esse Mundial ampliado e uma Liga das Nações de seleções, há a necessidade de continuar realizando normalmente o torneio de clubes no formato atual por causa de acordos comerciais — sete participantes, o campeão de cada continente mais um representante do país-sede, se enfrentando no fim de dezembro.
O grupo Alibaba, gigante chinês de compra e venda online de produtos, patrocina o Mundial desde 2015 com contrato até 2022. Não dá simplesmente para a Fifa congelar o torneio e esperar para ampliá-lo, é preciso disputá-lo. Desde 2005, quando o modelo de disputa atual foi implantado, a Fifa costuma fechar a sede para dois anos seguidos. O Japão foi o que mais recebeu edições, oito vezes, seguido pelos Emirados Árabes, quatro, e por Marrocos, duas. Os marroquinos foram sede em 2013 e 2014 e pretendem repetir agora em 2019 e 2020 — em 2000, com o Corinthians campeão no campeonato disputado no Brasil, o formato era diferente do atual.
A parceria com o Alibaba, e o fato de empresas chineses estarem entre as principais patrocinadoras da entidade atualmente, fazem com que a Fifa espere uma posição da China sobre o Mundial de Clubes. O país manifestou, durante a Copa do Mundo da Rússia, em junho de 2018, o interesse no torneio turbinado com 24 equipes, a partir de 2021, e pode preferir esperar uma definição. Para Marrocos, os torneios de 2019 e 2020 serviriam como compensação pela perda da Copa do Mundo de 2026 para a candidatura tripla da Concacaf — EUA, México e Canadá.
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