'VAR não deve ser uma 2ª chance aos árbitros', diz órgão que regula futebol
"O protocolo do VAR não permite que os árbitros 'revejam' incidentes em que a decisão original de campo não seja um erro 'claro e óbvio'. Não são permitidas 'revisões' para uma 'segunda chance'; para analisar um incidente ou confirmar 'vender' uma decisão que não seja claramente errada".
O texto acima é de Lukas Brud, secretário da Ifab, a International Board, o órgão responsável por regular o futebol. Brud é um dos principais executivos da Ifab e enviou, em 21 de agosto, uma circular a todas as federações filiadas à Fifa com esclarecimentos sobre diversas alterações nas regras do esporte, principalmente referentes ao VAR (árbitro de vídeo, na sigla em inglês).
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No documento, Brud escancara a maior preocupação de seu departamento com relação à tecnologia do futebol: o uso do VAR como uma "muleta" pela arbitragem, ou seja, que o árbitro passe a apitar esperando que o vídeo resolva lances duvidosos, e não que seja usado apenas para corrigir erros claros e óbvios.
O texto de Brud foi considerado dentro da CBF, por exemplo, provocativo quando fala que não é permitido revisão para uma segunda chance para o árbitro ou que não seja utilizado para "vender" que uma decisão foi acertada. A confederação brasileira incluiu a circular no livro de regras 2019/2020 que enviou a seus profissionais de arbitragem.
O protocolo do VAR é simples: a cabine, onde normalmente estão três árbitros assistentes de vídeo, sendo um deles o VAR principal, só deve chamar o árbitro para uma revisão se tiver certeza que a decisão tomada em campo foi falha. Se for um erro "claro e óbvio", diz o texto. Lances subjetivos, como bola na mão dentro da área, por exemplo, são maioria nesses casos, mas muitas vezes o VAR é acionado mesmo com dúvida. Quantas vezes no Brasileiro um juiz não foi à beira do campo, no monitor disponível, e ficou minutos para decidir — improvável que tenha sido um erro claro e óbvio.
Só que na na circular enviada pela Ifab em agosto até mesmo lances objetivos, como impedimentos ou se uma falta foi dentro ou fora da área, só devem ser informados ao árbitro com 100% de certeza que houve erro. Se houver dúvida é para manter a decisão de campo.
Diz o texto assinado por Lukas Brud: "para decisões factuais (ex: local de uma infração; posição de jogadores em situações de impedimento; adiantamento de goleiro em um pênalti ou tiro livre da marca penal; bola em campo/fora de campo etc.) o VAR deve informar ao árbitro se houver prova clara da situação. Se a situação não estiver clara (devido à posição/ângulo de câmera, dificuldade em determinar o momento exato em que a bola é jogada, etc.) o VAR não intervém". Ou seja: mesmo em lances factuais é preciso ter certeza para evitar que o árbitro use a tecnologia como uma segunda chance para fazer o seu trabalho.
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