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Marcel Rizzo

Jogo "pegado" contra Itália de 1994 anima CBF por ideia de Mundial Master

Marcel Rizzo

10/01/2020 07h00

Bate-boca, pisão no pé, faltas duras e cartões amarelos até por reclamação. Se enganou quem pensou que o amistoso master entre Brasil e Itália para reviver a final da Copa do Mundo de 1994, realizado nesta quinta-feira (9) em Fortaleza, repetiria aquelas partidas de pós-temporada que atletas convidam artistas e anônimos em confrontos de dezenas de gols e clima de pelada.

Brasileiros e italianos levaram a revanche a sério, o que deu mais cartucho para a CBF manter o projeto de outros jogos masters para a seleção brasileira, mas não só isso: há bem embrionária uma ideia a ser apresentada à Fifa para que a entidade que controla o futebol no mundo crie um torneio mundial que possa reunir seleções de lendas.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, se mostrou simpático à ideia num contato inicial e a partida bem disputada entre Brasil e Itália, que acabou 1 a 0 para os visitantes, deverá ser usada como estímulo de que pode dar certo, inclusive financeiramente.

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"Perdemos quando podíamos perder", disse Romário, a grande estrela da noite mostrando que a equipe brasileira que entrou em campo com outras figuras históricas como Taffarel, Bebeto, Jorginho, Aldair e Mauro Silva não estava satisfeita em perder ao amistoso. O Baixinho abriu uma exceção em sua guerra contra a CBF, de quem é feroz crítico como senador, e aceitou o convite para participar após receber ligações de outros ex-jogadores.

A ideia da CBF é que a seleção de master se reúna algumas vezes por ano. Há, por exemplo, o desejo de realizar um confronto entre os campeões de 2002 e a Alemanha e também partidas que possam reunir craques de diversas épocas e rivais com ex-jogadores de várias nacionalidades. A criação de um Mundial pela Fifa seria a cereja do bolo no projeto da confederação brasileira e o bom público que o estádio Presidente Vargas recebeu na noite de quinta (mais de 18 mil pessoas) e a competitividade da partida indicam que pode haver futuro no projeto.

"Eu não entendi nada quando ela deu o impedimento. Se tivesse o VAR, a gente teria ganhado", disse Jorginho. Outro que também reclamou do lance foi Bebeto. "Ninguém gosta de perder. Marcar esse impedimento é brincadeira! O projeto é muito legal. Eu vou jogar até meu quadril aguentar", disse o camisa 7. Nem mesmo a CBF imaginou que seu projeto de master seria tão competitivo.

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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