O diretor de negócios jurídicos do Corinthians, Rogério Mollica, pediu demissão do cargo na sexta (18). É mais um da direção que deixa o clube em meio à crise política que ameaça o mandato do presidente Roberto de Andrade.

Mollica confirmou ao blog a saída, mas não quis fazer comentários. A reportagem apurou que a decisão de sair aconteceu porque ele não achou correta a decisão do Corinthians de terceirizar questões jurídicas referentes ao estádio em Itaquera.

O Corinthians contratou o escritório Molina & Reis para comandar uma auditoria que busca encontrar problemas, estruturais e documentais, na construção da arena em Itaquera. Como já mostrou o blog, esse escritório tem ligação com um amigo do ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez.

Mollica assumiu o jurídico corintiano logo após a posse de Andrade, em fevereiro de 2015. Antes, ele foi assessor de assuntos sociais e secretário do Conselho Deliberativo, portanto tinha anos trabalhando na sede do Parque São Jorge.

O jurídico é mais um departamento a perder diretor, na conturbada gestão de Roberto de Andrade. No futebol, o diretor Eduardo Ferreira, muito próximo a Andrés, deixou o cargo em outubro por não concordar com a contratação do técnico Oswaldo de Oliveira.

Em julho, Marcos Chiarastelli, diretor do departamento financeiro e quem de fato tocava o dia a dia das finanças do clube, deixou o cargo. O departamento de marketing também teve as saídas dos diretores Marcelo Passos e Mauricio Jacob.

Andrade também está afastado de seus dois vices, André Luiz de Oliveira, o André Negão, e Jorge Kalil. A ruptura é principalmente com este último.

Andrade é investigado de fraude fiscal, por supostamente ter assinado documentos como presidente do Corinthians dois dias antes de vencer a eleição e assumir o posto, em fevereiro. O caso foi revelado pela "Época" e o cartola nega.

Procurado, o clube não se pronunciou sobre a saída de Mollica.