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Regra da CBF abre brecha para árbitro de vídeo não ser usado em todo jogo

Marcel Rizzo

19/09/2017 04h00

O artigo do Regulamento Geral das Competições (RGC) da CBF, versão 2017, que autoriza a utilização do árbitro de vídeo em torneios da entidade abre brecha para que uma mesma rodada da Série A, por exemplo, tenha partidas com o uso da tecnologia e outras sem o uso dela.

Esta não é a intenção da CBF, apurou o blog, que pretende que todos os jogos da Primeira Divisão tenham o árbitro de vídeo o quanto antes, como determinou nesta segunda-feira (18) o presidente Marco Polo Del Nero.

Mas incluir essa informação no regulamento foi um cuidado tomado porque um confronto pode ficar, momentaneamente ou em seu total, sem poder usar a tecnologia. É uma espécie de precaução, que deixa a CBF amparada contra reclamações de clubes se, em uma rodada, acontecer de uma partida não poder utilizar o árbitro de vídeo porque tecnicamente ficou inviável por algum problema do estádio, ou por dar algum problema no sistema antes e durante o jogo.

O artigo 77 do RGC diz que "o uso de 'AV' [árbitro de vídeo] deve ocorrer, a partir do momento em que a Comissão de Arbitragem da CBF apresente condições técnicas e materiais – o que poderá se dar no curso de qualquer das competições que coordena, independentemente de fase". Ou seja, não há problema de a CBF iniciar a utilização do sistema com mais da metade do Brasileiro iniciado.

Mais adiante, o mesmo artigo diz que "a CBF não está obrigada a utilizar a tecnologia da arbitragem em todos os jogos da mesma competição ou da mesma rodada, na medida que depende de condições técnicas e materiais para fazê-lo".

Essa é a brecha para que, por qualquer problema, uma rodada tenha alguma partida sem a tecnologia. No momento, a intenção da entidade é usar em todo os jogos de cada rodada, assim que for possível implantar o sistema – Del Nero quer o quanto antes.

A decisão da CBF em antecipar o uso do árbitro de vídeo, que só entraria em ação em 2018, foi o gol de mão marcado pelo corintiano Jô na vitória de seu time sobre o Vasco por 1 a 0, no domingo. Na segunda, o presidente vascaíno Eurico Miranda, próximo de Del Nero, reclamou e pediu que alguma atitude fosse tomada. O presidente, então, decidiu por antecipar o uso do AV.

Nos testes da CBF, as imagens usadas eram da transmissão oficial, mas não eram operadores da TV Globo, no caso, quem manejavam os equipamentos para o árbitro de vídeo conferir os lances – isso ficava a cargo de uma empresa terceirizada.

Nesta terça (19), a CBF deve dar mais detalhes de como deve funcionar o sistema, que pode custar anualmente à entidade cerca de R$ 15 milhões – o alto custo era um dos fatores que fazia a confederação adiar o início do uso do AV, liberado pela Fifa no ano passado.

O sistema deve avaliar, principalmente, lances de gols e impedimentos duvidosos, além de pênaltis e faltas e ajudar o árbitro a definir se é preciso, ou não, expulsar um atleta.

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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