Fifa lucra R$ 150 mi com últimos quatro Mundiais de Clubes. Mas acha pouco
A Fifa lucrou US$ 39,3 milhões (R$ 150 milhões) somando os últimos quatro Mundiais de Clubes, informou relatório entregue aos 36 membros do Conselho da entidade na sexta-feira (15). O valor pode parecer satisfatório, mas é muito menor do que a federação planeja faturar em cada edição do torneio quadrienal turbinado com 24 times que foi aprovado por seu Conselho para começar em 2021. Havia uma proposta de US$ 25 bilhões (R$ 95 bilhões) de companhias internacionais para gerenciar esse novo Mundial e uma Liga das Nações de seleções, entre as Copas do Mundo. A oferta, entretanto, não fez parte da aprovação, com receio de que as empresas tivessem gerência sobre a competição, mas é com base nesse número que a Fifa vai trabalhar para ir atrás de patrocinadores.
A dificuldade para conseguir dinheiro no formato atual foi um dos principais argumentos da cúpula da Fifa para convencer seus membros a aprovar um novo regulamento — a Europa votou contra. Hoje, sete clubes se enfrentam em dezembro, os campeões de cada continente, mais um representante do país-sede. Argumenta-se que há dois problemas para encontrar patrocinadores: primeiro a quantidade reduzida de times interessantes, principalmente os europeus. No formato renovado seriam oito da Europa, ao menos. O segundo é o calendário, que coincide com a disputa de torneios nacionais em solo europeu e divide atenções. Jogado em junho e julho, durante as férias desses campeonatos, os olhos estariam apenas no Mundial.
Entre 2015 e 2018, a Fifa faturou US$ 123,370 milhões (R$ 471 milhões) com os Mundiais de Clubes que organizou — em 2015 e 2016 no Japão e 2017 e 2018 nos Emirados Árabes. Estão incluídos na receita direitos de transmissão, venda de ingressos e de setores de hospitalidade, mas principalmente se deve a um acordo de patrocínio para o torneio assinado com o grupo chinês Alibaba, de compra e venda de produtos online. É esse contrato, inclusive, que obriga a Fifa a realizar mais duas edições do Mundial no formato atual, em 2019 e 2020, apesar de financeiramente não ser tão vantajoso — ainda não há sede definida, Marrocos mostrou interesse mas a Fifa espera pela China.
No mesmo período, a Fifa gastou 84,066 (R$ 321 milhões) milhões para organizar o Mundial, principalmente em investimento de premiação aos clubes e de contratação de empresas terceirizadas. A conta, portanto, fechou com lucro de US$ 39,3 milhões, considerado satisfatório no relatório da Fifa, mas sempre com a ponderação de que fica muito abaixo do potencial da competição.
Na proposta da Fifa aprovada o torneio ocorrerá a cada quatro anos, sempre nos ímpares antes das Copas do Mundo, na vaga da finada Copa das Confederações, outra competição, de seleções, que dava pouco dinheiro à Fifa. Serão 24 times, oito da Europa, seis da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e os dez restantes divididos entre Ásia, África, Américas do Norte e Central e Oceania. Cada equipe jogaria ao menos duas vezes, já que seriam oito grupos de três cada, com quartas, semifinais e a final disputadas em eliminatórias.
Receitas da Fifa com o Mundial de Clubes (em milhões de US$)
2015 (Japão): 20,45
2016 (Japão): 29,011
2017 (Emirados Árabes): 37,079
2018 (Emirados Árabes): 36,830
Despesas da Fifa com o Mundial de Clubes (em milhões de US$)
2015 (Japão): 20,869
2016 (Japão): 20,714
2017 (Emirados Árabes): 20,101
2018 (Emirados Árabes): 22,382
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