Topo

Fifa lucra R$ 150 mi com últimos quatro Mundiais de Clubes. Mas acha pouco

Marcel Rizzo

18/03/2019 04h00

Presidente da Fifa, Gianni Infantino, conseguiu um novo Mundial de Clubes (Crédito: Cyril Zingaro/EFE)

A Fifa lucrou US$ 39,3 milhões (R$ 150 milhões) somando os últimos quatro Mundiais de Clubes, informou relatório entregue aos 36 membros do Conselho da entidade na sexta-feira (15). O valor pode parecer satisfatório, mas é muito menor do que a federação planeja faturar em cada edição do torneio quadrienal turbinado com 24 times que foi aprovado por seu Conselho para começar em 2021. Havia uma proposta de US$ 25 bilhões (R$ 95 bilhões) de companhias internacionais para gerenciar esse novo Mundial e uma Liga das Nações de seleções, entre as Copas do Mundo. A oferta, entretanto, não fez parte da aprovação, com receio de que as empresas tivessem gerência sobre a competição, mas é com base nesse número que a Fifa vai trabalhar para ir atrás de patrocinadores.

A dificuldade para conseguir dinheiro no formato atual foi um dos principais argumentos da cúpula da Fifa para convencer seus membros a aprovar um novo regulamento — a Europa votou contra. Hoje, sete clubes se enfrentam em dezembro, os campeões de cada continente, mais um representante do país-sede. Argumenta-se que há dois problemas para encontrar patrocinadores: primeiro a quantidade reduzida de times interessantes, principalmente os europeus. No formato renovado seriam oito da Europa, ao menos. O segundo é o calendário, que coincide com a disputa de torneios nacionais em solo europeu e divide atenções. Jogado em junho e julho, durante as férias desses campeonatos, os olhos estariam apenas no Mundial.

Entre 2015 e 2018, a Fifa faturou US$ 123,370 milhões (R$ 471 milhões) com os Mundiais de Clubes que organizou — em 2015 e 2016 no Japão e 2017 e 2018 nos Emirados Árabes. Estão incluídos na receita direitos de transmissão, venda de ingressos e de setores de hospitalidade, mas principalmente se deve a um acordo de patrocínio para o torneio assinado com o grupo chinês Alibaba, de compra e venda de produtos online. É esse contrato, inclusive, que obriga a Fifa a realizar mais duas edições do Mundial no formato atual, em 2019 e 2020, apesar de financeiramente não ser tão vantajoso — ainda não há sede definida, Marrocos mostrou interesse mas a Fifa espera pela China.

No mesmo período, a Fifa gastou 84,066 (R$ 321 milhões) milhões para organizar o Mundial, principalmente em investimento de premiação aos clubes e de contratação de empresas terceirizadas. A conta, portanto, fechou com lucro de US$ 39,3 milhões, considerado satisfatório no relatório da Fifa, mas sempre com a ponderação de que fica muito abaixo do potencial da competição.

Na proposta da Fifa aprovada o torneio ocorrerá a cada quatro anos, sempre nos ímpares antes das Copas do Mundo, na vaga da finada Copa das Confederações, outra competição, de seleções, que dava pouco dinheiro à Fifa. Serão 24 times, oito da Europa, seis da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e os dez restantes divididos entre Ásia, África, Américas do Norte e Central e Oceania. Cada equipe jogaria ao menos duas vezes, já que seriam oito grupos de três cada, com quartas, semifinais e a final disputadas em eliminatórias.

Receitas da Fifa com o Mundial de Clubes (em milhões de US$)

2015 (Japão): 20,45

2016 (Japão): 29,011

2017 (Emirados Árabes): 37,079

2018 (Emirados Árabes): 36,830

Despesas da Fifa com o Mundial de Clubes (em milhões de US$)

2015 (Japão): 20,869

2016 (Japão): 20,714

2017 (Emirados Árabes): 20,101

2018 (Emirados Árabes): 22,382

VEJA MAIS

Fifa anuncia novo Mundial de Clubes, mas europeus são contra

Mundial de Clubes mirrado é mantido e Marrocos quer ser a sede

Ranking da Libertadores é mais justo do que Sul-Americana para ir a Mundial

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Fifa lucra R$ 150 mi com últimos quatro Mundiais de Clubes. Mas acha pouco - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

Sobre o Blog

Notícias dos bastidores do esporte, mas também perfis, entrevistas e personagens com histórias a contar.


Marcel Rizzo