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Marcel Rizzo

Copa do Brasil terá árbitros FIFA como VAR nas semifinais após polêmicas

Marcel Rizzo

26/09/2018 04h00

Após polêmicas no uso do assistente de vídeo (VAR, na sigla em inglês) nas duas últimas semanas, a CBF optou por escalar árbitros Fifa para a função nos dois jogos semifinais da Copa do Brasil, nesta quarta (26). Um deles, Wilton Pereira Sampaio (GO), foi um dos 13 árbitros de vídeo na Copa da Rússia.

Diferentemente do que ocorre para o juiz principal nos principais torneios do Brasil, que é definido por sorteio, o VAR é escolha da comissão de arbitragem da CBF. São 32 profissionais aptos à função, chamados na confederação de certificados, que foram selecionados entre os 64 que fizeram os treinamentos em 2017.

"Eles (os certificados) estão aptos para atuar, é como em qualquer atividade. Existe uma análise consistente de cada um deles e às vezes a prática leva a comissão de arbitragem a escolher aqueles que considera os melhores.Lembrando que temos que observar a neutralidade. Árbitros de MG, RJ e SP não estão (escalados para as semifinais da Copa do Brasil), mas poderiam caso as equipes fossem outras", explicou Sérgio Corrêa, que coordena a arbitragem de vídeo na CBF.

Para Cruzeiro x Palmeiras, no Mineirão, foi indicado como árbitro de vídeo principal o gaúcho Anderson Daronco, um dos principais juízes de campo hoje na CBF. Wilton Pereira Sampaio vai comandar a equipe do VAR (composta pelo líder e mais dois profissionais) no Corinthians x Flamengo, em Itaquera.

Há duas semanas os palmeirenses reclamaram muito de que o árbitro de campo Wagner Reway não solicitou o VAR para checar se houve ou não falta no goleiro Fábio, num dos últimos lances da partida e que terminou em gol. O Cruzeiro venceu por 1 a 0. Na época, Sérgio Corrêa classificou como correto o andamento da jogada, já que Reway a parou antes da finalização palmeirense, mas mesmo assim houve polêmica.

Os árbitros de vídeo nas duas primeiras partidas semifinais da Copa do Brasil não eram Fifa. No Allianz Parque estava Pericles Bassols, de Pernambuco, e no Maracanã, para Flamengo 0 x 0 Corinthians, o paranaense Rafael Traci. Segundo Sergio Correa, Daronco e Sampaio, considerados tops como VARs, estavam fazendo cursos de capacitação na Conmebol e por isso não puderam ser escalados na ocasião.

Há uma semana houve também questionamentos em partidas da Libertadores com relação ao árbitro de vídeo. Três expulsões, que inicialmente não foram consideradas para cartões vermelhos, ocorreram após os árbitros de campo irem à lateral ver a imagem pelo monitor. Uma delas, do cruzeirense Dedé, fez o time brasileiro e a CBF reclamarem oficialmente à Conmebol, que prometeu averiguar. Em casos interpretativos é obrigatório que o juiz principal veja as imagens, mas quase sempre ele é avisado que pode haver problema pelo VAR, o que faz com que seja importante que o árbitro de vídeo seja alguém experiente e esta é a recomendação da Fifa nesses primeiros meses de VAR (foi incluído em março de 2018 nas regras do futebol).

A CBF informou que os árbitros de vídeo também estão em constante avaliação, inclusive nos dez jogos em que a tecnologia já foi utilizada este ano no Brasil (as duas semifinais e as oito partidas das quartas de final da Copa do Brasil). É possível que, nos próximos anos, com a implantação do VAR em mais campeonatos sejam formados profissionais que atuem especificamente como árbitros de vídeo, como hoje são os auxiliares de campo (os bandeirinhas).

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Sobre o Autor

Marcel Rizzo - Formado em jornalismo em 2000 pela PUC Campinas, passou pelas redações do Lance!, Globoesporte.com, Jornal da Tarde, Portal iG e Folha de S. Paulo, no qual editou a coluna Painel FC. Cobriu Copas do Mundo, Olimpíada e dezenas de outros eventos esportivos.

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